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E por falar em alienação...

"O elemento popular sente, mas nem sempre compreende ou sabe, o elemento intelectual sabe, mas nem sempre compreende e muito menos sente... O erro do intelectual consiste em acreditar que se possa saber sem compreender e principalmente, sem sentir e estar apaixonado"

Gramsci

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A corpolatria faz suas vítimas

Não raro os padrões de beleza – ou a falta destes – inquietam milhões de pessoas. Muitos homens e mulheres têm a pretensão de se enquadrarem ao que é esteticamente aceito e, focados nisto, acabam por escravizar seus hábitos mais simples em busca da perfeição. Comer menos, beber menos, dormir menos, viver menos; tudo em prol da pseudo-beleza. Mas não paramos por aí. Modificar determinados hábitos parece não saciar a histeria estética. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam crescente aumento nos casos de bulimia e anorexia – sendo que 20% dos incidentes terminam em morte. Provocar o próprio vômito para evitar a nutrição, no caso do bulímico, ou manter-se numa fome contínua, no caso do anoréxico, não são mais problemas quando o objetivo é estar dentro do estereótipo do sublime. Esta busca incessante confunde as prioridade humanas e acaba sobrepondo valores morais e éticos. Óbvio, alguém lucra com isso. A milionária indústria da beleza alucina seus clientes com a premissa de que, ao

Sobre a falta

Clarice Lispector afirmou: “Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém, que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la…” Estranho? Possível. Mais possível ainda, e pior, é sofrer a dor da falta antes mesmo de vivenciá-la. Ouso afirmar, que só a sinto antes que aconteça. O quão somos dependentes uns dos outros. Justamente por ser o outro – o não-eu, o que na sua própria negação traz a minha afirmação, o que não possui e nunca irá possuir a potenciabilidade de tornar-se eu –, é que nos apaixonamos pelo desejo de sentir sua falta, mesmo ainda estando ao seu lado. Não nos momentos em que sonhamos com esse alguém, mas nos momentos em que o temos, esse sim é o momento da maior dor. Olhar ao lado e entender que aquilo está se findando, é alimentar o suplício. Melhor que não entender? Não sei... O pior é entender que há uma classificação implícita, que avalia a força deste sentimento. Pessoas por medida. É, pessoas que podemos ficar dias, meses, sécul

Palavra amor

"Não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se inebrie com o seu engalanado som. Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro). Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. Não a pronuncie".