
“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém, que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la…”
Estranho? Possível. Mais possível ainda, e pior, é sofrer a dor da falta antes mesmo de vivenciá-la. Ouso afirmar, que só a sinto antes que aconteça.
O quão somos dependentes uns dos outros. Justamente por ser o outro – o não-eu, o que na sua própria negação traz a minha afirmação, o que não possui e nunca irá possuir a potenciabilidade de tornar-se eu –, é que nos apaixonamos pelo desejo de sentir sua falta, mesmo ainda estando ao seu lado.
Não nos momentos em que sonhamos com esse alguém, mas nos momentos em que o temos, esse sim é o momento da maior dor.
Olhar ao lado e entender que aquilo está se findando, é alimentar o suplício. Melhor que não entender? Não sei...
O pior é entender que há uma classificação implícita, que avalia a força deste sentimento. Pessoas por medida. É, pessoas que podemos ficar dias, meses, séculos sem ver. E pessoas dos segundos, dos minutos, pessoas que mandam. Estas – as mais queridas e as mais maléficas – , são as que colocam a dor no âmago.
Não seria nos rebaixarmos muito, para o nosso próprio orgulho padecer? Deixar brilhar a nossa loucura por alguém, para zombarmos da nossa própria falta de sensatez? Não. É o brilho da nossa loucura que contém a vida, o ser. Pelo simples fato de pertencermos ao gênero humano, é que queremos essa doidice.
Comentários
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Mas lembre-se do que Drummond disse uma vez:
"A dor é inevitável. O sofrimento é opcional".
Até logo, amigo
Isso tem um lado bom: nos faz entender que a vida e as pessoas queridas são valiosas demais, para se perder tempo com intrigas, orgulhos e futilidades...
pesado.
saudades.
Lispector,C.