No início deste mês, os acusados de extorquirem dinheiro do padre Júlio Lancelotti foram soltos após praticamente 7 meses de prisão. O ex-interno da Febem – atual Fundação Casa – Anderson Marcos Batista, 26, sua esposa, Conceição Eletério, 45, e os irmãos Evandro, 29, e Everson Guimarães, 27, foram indiciados no ano passado por ameaçarem o sacerdote com denúncias falsas de pedofilia.
O principal acusado foi Batista, que durante o processo alegou que mantinha relações homossexuais com o religioso desde os 16 anos, chegando a receber cerca de 600 mil do sacerdote – e ter até carros financiados pelo padre.
Júlio Lancelotti é conhecido por atuar na Pastoral do Povo de Rua como um dos principais defensores dos direitos de adolescentes infratores. No inquérito, ele afirmou ter ajudado o menor – assim como fez a outros – por diversas vezes após Batista ter saído da Febem, e imaginava que ia poder “tocar seu coração” para o bem, e não para o mal. Porém, o maniqueísmo para separar o joio do trigo não funcionou.
Nada se pode afirmar em relação ao que efetivamente ocorreu. Mesmo com a teoria do onde há fumaça há fogo, não se sabe em qual momento a relação dos envolvidos ficou defasada. Será que a bondade do padre se esgotou, ou foi o oportunismo da suposta quadrilha que tomou formas exacerbadas?
Todavia, a religião tem estado em enfase quando se fala de sexo. A cidade de Agudos, interior de São Paulo, acompanhou em 2000 os abusos do padre Tarcísio Tadeu Sprícigo a um garoto de 9 anos. Omissa, a Igreja o transferiu para Anápolis, região Goiânia, onde o sacerdote vitimou mais duas crianças, uma de 13 e outra de 5 anos – e só então foi condenado a 15 anos de prisão em 2001.
Nos EUA, o caso mais notório é o do padre John Geoghan, condenado em 2002 por ter abusado sexualmente de mais 130 crianças e adolescentes. Em 2004, Hélio Alves de Oliveira, padre que dirigia um colégio católico em Rio Claro, São Paulo, angariou 16 anos de prisão por ter abusado de meninos com menos de 10 anos.
Os escândalos sexuais envolvendo religiosos trouxeram à tona debates não só na sociedade, mas dentro do próprio clero. O Papa Bento XVI, em visita ao Brasil no ano passado, pediu “cuidado na formação de padres, para evitar desvios sexuais”. A solicitação do pontífice pedia ainda aos Bispos discernimento na escolha das vocações, evitando assim riscos de desvio no campo da sexualidade.
A preocupação do próprio Chefe de Estado do Vaticano reforça a necessidade de reflexão sobre o tema. Nem o celibato, que impõe a perfeita castidade aos eclesiásticos – e aparentemente vai contra a conduta humana –, tem dado conta de amenizar os ânimos, visto que ninguém parte para o sacerdócio com intuito de nunca mais ter relações sexuais.
Por conta da extrema doutrina religiosa, a Igreja expulsa os que casam e simplesmente tenta omitir os que cometem abuso sexual e pedofilia. Um homem casado dentro da sacristia causaria danos financeiros à Igreja, visto que sua família teria direito aos “bens” do padre no caso de morte do mesmo.
Parece que os anjos não têm ouvido às orações, e a justiça, tardado a chegar.
O principal acusado foi Batista, que durante o processo alegou que mantinha relações homossexuais com o religioso desde os 16 anos, chegando a receber cerca de 600 mil do sacerdote – e ter até carros financiados pelo padre.
Júlio Lancelotti é conhecido por atuar na Pastoral do Povo de Rua como um dos principais defensores dos direitos de adolescentes infratores. No inquérito, ele afirmou ter ajudado o menor – assim como fez a outros – por diversas vezes após Batista ter saído da Febem, e imaginava que ia poder “tocar seu coração” para o bem, e não para o mal. Porém, o maniqueísmo para separar o joio do trigo não funcionou.
Nada se pode afirmar em relação ao que efetivamente ocorreu. Mesmo com a teoria do onde há fumaça há fogo, não se sabe em qual momento a relação dos envolvidos ficou defasada. Será que a bondade do padre se esgotou, ou foi o oportunismo da suposta quadrilha que tomou formas exacerbadas?
Todavia, a religião tem estado em enfase quando se fala de sexo. A cidade de Agudos, interior de São Paulo, acompanhou em 2000 os abusos do padre Tarcísio Tadeu Sprícigo a um garoto de 9 anos. Omissa, a Igreja o transferiu para Anápolis, região Goiânia, onde o sacerdote vitimou mais duas crianças, uma de 13 e outra de 5 anos – e só então foi condenado a 15 anos de prisão em 2001.
Nos EUA, o caso mais notório é o do padre John Geoghan, condenado em 2002 por ter abusado sexualmente de mais 130 crianças e adolescentes. Em 2004, Hélio Alves de Oliveira, padre que dirigia um colégio católico em Rio Claro, São Paulo, angariou 16 anos de prisão por ter abusado de meninos com menos de 10 anos.
Os escândalos sexuais envolvendo religiosos trouxeram à tona debates não só na sociedade, mas dentro do próprio clero. O Papa Bento XVI, em visita ao Brasil no ano passado, pediu “cuidado na formação de padres, para evitar desvios sexuais”. A solicitação do pontífice pedia ainda aos Bispos discernimento na escolha das vocações, evitando assim riscos de desvio no campo da sexualidade.
A preocupação do próprio Chefe de Estado do Vaticano reforça a necessidade de reflexão sobre o tema. Nem o celibato, que impõe a perfeita castidade aos eclesiásticos – e aparentemente vai contra a conduta humana –, tem dado conta de amenizar os ânimos, visto que ninguém parte para o sacerdócio com intuito de nunca mais ter relações sexuais.
Por conta da extrema doutrina religiosa, a Igreja expulsa os que casam e simplesmente tenta omitir os que cometem abuso sexual e pedofilia. Um homem casado dentro da sacristia causaria danos financeiros à Igreja, visto que sua família teria direito aos “bens” do padre no caso de morte do mesmo.
Parece que os anjos não têm ouvido às orações, e a justiça, tardado a chegar.
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